Concha y Toro

Francisca Jara 22/10/2021

Tudo sobre vinho

É tempo de borbulhas

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Por motivo da comemoração do Dia Internacional do Espumante neste 23 de outubro, contamos aqui como estas preciosas borbulhas chegam ao vinho e damos alguns conselhos para apreciá-las ao máximo.

Quando falamos de espumantes, estamos nos referindo aos vinhos que possuem… borbulhas! Se a primeira coisa que vem a sua cabeça é uma taça de champanhe, está perfeito. De fato, é o espumante mais conhecido do mundo. No entanto, precisamos esclarecer que nem todos os espumantes podem ser chamados de champanhe. Mas por quê? Porque esta é uma denominação de origem exclusiva daqueles vinhos espumantes brancos ou rosados elaborados com as variedades Chardonnay, Pinot Noir ou Pinot Meunier e especificamente da zona da França chamada Champagne. Dito isso, como é que o vinho adquire suas borbulhas?

A geração das borbulhas no vinho ocorre por meio de uma segunda fermentação. E é por esta razão que o espumante é considerado um estilo de vinho mais complexo. Isso porque os enólogos devem primeiro produzir o vinho-base, que pode ser de qualquer variedade de uva, para depois iniciar a etapa de produção das bolhas. Embora atualmente existam diversas formas de elaboração, as quais entregam variações ao vinho com relação a seu estilo e às borbulhas, aqui nos enfocaremos nas duas técnicas mais populares: o Método Tradicional (também chamado Champenoise) e o Charmat.

Ph: Sparkling wine

Método Tradicional

Continuando com o caso do champanhe, sua denominação de origem também exige que a vinificação seja feita com o Método Tradicional ou Champenoise. Este método consiste em uma segunda fermentação no interior da garrafa (fechada com uma tampa coroa e na posição horizontal) que ocorre graças à ação das leveduras sobre o açúcar (uma mistura adicionada conhecida como licor de tiragem), produzindo o gás carbônico. É por esta razão que são utilizadas garrafas especiais capazes de suportar a pressão deste gás, o qual será liberado em forma de borbulhas uma vez aberta a garrafa.

Após esta segunda fermentação, as leveduras mortas —agora chamadas “borras”—, em contato com o vinho, entregam-lhe os inconfundíveis aromas de pão torrado, brioche, baunilha, café e uma textura cremosa no paladar. Após meses ou anos, as borras e sedimentos são removidos no processo de dégorgement, ou em bom português, da degola da garrafa, processo no qual é comum a perda de um pouco de vinho. Finalmente, o volume da garrafa é preenchido com o licor de expedição, que nada mais é do que uma mistura do vinho-base inicial com um pouco de açúcar. 

Ph: STOCKFOOD CEPHAS PICTURE LIBRARY

Método Charmat

No método Charmat, utilizado para vinhos espumantes como o Prosecco ou o Lambrusco italiano, a segunda fermentação é realizada em tanques totalmente herméticos e capazes de suportar a pressão provocada pelo gás carbônico produzido. Em seguida, nesse mesmo tanque, ocorre a filtragem do vinho, a adição do licor de expedição (dependendo da doçura desejada) e a bebida é engarrafada. Como resultado desse processo, os aromas dos espumantes produzidos com o método Charmat são mais frescos e intensos, uma vez que conservam muito bem as características cítricas e frutadas do vinho-base. O Casillero del Diablo Devil’s Collection Brut, por exemplo, é um espumante das variedades Chardonnay e Pinot Noir do vale do Limarí e elaborado pelo método Charmat. Destaca-se por suas delicadas notas cítricas, mescladas com maçã verde e toques minerais, enquanto no paladar apresenta mineralidade e equilibrada acidez, além da lima dos solos calcários de sua origem. 

O que significa Brut?

A quantidade de açúcar adicionada no licor de expedição é importante na hora de entender a classificação dos espumantes, pois o nome recebido dependerá disto. Segundo a legislação chilena temos: Nature (menos de 3 g/L), Brut Nature (menos de 7 g/L), Extra Brut (menos de 11 g/L), Brut (menos de 15 g/L), Demi-sec ou Meio-doce (desde 15 g/L) e Doce (mais de 40 g/L).

Dicas para apreciar melhor um espumante

A taça definitivamente importa. O ideal é usar uma taça tipo flûte para apreciar e conservar melhor suas borbulhas. Como deve ser bebido frio, idealmente entre 6 e 10 °C, a taça flûte ajudará a não transferir calor ao espumante com suas mãos. 

Caso queira acompanhá-los de algo para comer, os espumantes são tão versáteis que seria possível saboreá-los com uma lagosta, queijos como o camembert ou inclusive com um balde de pipoca! Sim, pode acreditar, pipoca e espumante é uma combinação infalível. 

Ph: virginwines.co.uk

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