Concha y Toro

Francisca Jara 16/04/2021

Tudo sobre vinho

Tudo sobre o Malbec

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Quando se trata de abrir uma garrafa de vinho, motivo é o que não falta. Mas se você anda buscando a desculpa perfeita, o próximo sábado 17 de abril é o Dia Mundial do Malbec. Para comemorar esta data, convidamos você a beber e a descobrir um pouco mais sobre esta popular variedade.

Hoje parece impossível falar de Malbec sem pensar na Argentina: cerca de 75 % da produção mundial desta variedade tinta provém deste lugar. Mas antes de que chegasse aí, era cultivada quase exclusivamente em seu país de origem, a França. Usada principalmente no corte bordalês (como uma das seis variedades autorizadas), seu cultivo não prosperou devido a sua suscetibilidade a fungos e doenças no final do século XIX. Hoje existem poucos, porém requintados, Malbec franceses. Os mais conhecidos são provenientes de Cahors, uma área rica em solos calcários e que produz vinhos um tanto rústicos e de elevada acidez, ideais para guardar. Entretanto, ainda podemos encontrar alguns vinhedos em Bordeaux e na região do Loire.

Contudo, a reputação atual desta popular cepa se deve ao seu bem-sucedido cultivo na Argentina, particularmente no Vale de Uco, na cidade de Mendoza. É ali que são produzidas 9 de cada 10 garrafas de Malbec argentino. Além disso, é o local no qual, no dia 17 de abril de 1853, foi inaugurada a Quinta Agronómica, escola de agronomia onde foram plantadas as primeiras estacas desta casta trazidas pelo francês Michel Pouget. É por isso que a organização Wines of Argentina escolheu esta data para comemorar o Dia Mundial do Malbec.

Reconhecida por seu vermelho violáceo profundo, dá vinhos com corpo robusto, grande acidez, suculência e sabores quase de geleia de frutas como ameixa, amora e cereja preta. Também possui aromas secundários que lembram couro, chocolate, violetas, pimenta-do-reino e tabaco. Tudo depende do local onde se encontram as videiras, pois esta cepa gosta de climas secos, muito sol e, além disso, expressa muito bem o terroir. É por isso que o Malbec da Argentina tem um sabor muito diferente do Malbec da França, e um exemplar da França de um da Califórnia ou do Chile, por exemplo.

Como os Malbec argentinos crescem em um clima muito ensolarado e em solos aluviais, seus vinhos são robustos, mais alcoólicos, com muita fruta, de aromas florais e até mesmo com um toque condimentado. Por outro lado, os solos calcários franceses dão origem a vinhos com um perfil mais rústico, de notas cárnicas, com grandes taninos e acidez. A melhor maneira de comprovar tudo isso é, no entanto, degustando-os.

Um bom exemplo do Vale de Uco é o Terrunyo Malbec, um vinho que oferece aromas de frutas negras e especiarias, com um toque floral e amadurecimento em barris de carvalho. Seus taninos aveludados e persistentes o tornam um companheiro ideal para carnes grelhadas, especialidade dos argentinos.

Poucos sabem que antes de desembarcar na Argentina, o Malbec chegou primeiro em Santiago do Chile em meados da década de 1840. De fato, foram encontradas videiras com mais de 140 anos na região do Bio Bío. Embora não seja uma cepa emblemática, o Chile também produz elegantes exemplares. Do Vale do Maule é proveniente o Marques de Casa Concha Malbec, um vinho extremamente complexo com múltiplas camadas de aromas dominadas por cereja ácida e ameixa preta, ademais de uma rica mineralidade e estrutura. Já na zona mais costeira do Vale de Colchagua encontramos o Gran Reserva Serie Riberas Malbec, um vinho com aromas e sabores de frutas negras, taninos macios e doces.

O Malbec combina perfeitamente com carnes magras, charcutaria, queijos como o azul, gouda ou manchego, além de pratos com notas terrosas como verduras grelhadas, cogumelos ou especiarias. Tudo o que você precisa fazer agora é escolher o estilo que mais lhe agrade, abrir uma garrafa e apreciar esta deliciosa variedade. Um brinde ao Dia do Malbec!

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