Isabel Mitarakis, engenheira agrônoma com especialização em enologia e carinhosamente apelidada de “Chabe”, é uma das integrantes da equipe de enólogos da Concha y Toro. Começou sua carreira há dez anos e é a responsável por dar vida à Gravas, a linha de vinhos que rende tributo à majestosa Cordilheira dos Andes.
Conheça mais sobre sua trajetória no mundo do vinho.
1- O que você queria ser quando crescesse?
Desde muito pequena estive em contato, através de minha família, com o campo e com os vinhedos. Lá passei longos períodos durante o verão, quando participava das colheitas e de diferentes operações agrícolas.
É um mundo que é muito próximo a mim, muito familiar e é por isso que decidi estudar Agronomia.
2- Qual é sua primeira lembrança associada ao mundo do vinho?
As conversas em minha família sempre giraram em torno do vinho e, por isso, desde muito cedo tive uma ligação com este mundo. Este universo sempre foi algo familiar para mim.
3- O que é o vinho para você?
Para mim o vinho é paixão. É a criação de uma obra de arte, um aprendizado e é a conexão com a natureza.
4- Quando e qual foi o seu primeiro emprego?
Meu primeiro emprego no mundo do vinho foi em 2011, quando fiz minha primeira vindima na Concha y Toro na adega de Nueva Aurora, em Limarí, e continuei em seguida na adega de Puente Alto.
5- Você tem alguma lembrança ou experiência especial/mágica como enóloga?
Todas as vindimas têm algo especial, já que existe o fator climático que não pode ser controlado. Mas algo inesperado sempre acontece, que dá essa característica única a cada colheita e isso, no final, eu considero algo mágico de cada uma delas.
6 – Quais são os grandes desafios do seu trabalho?
Os grandes desafios são os que se apresentam em cada vindima. É ser capaz de respeitar as características únicas e conseguir extrair a melhor expressão das uvas provenientes dos grandes terroirs que temos no Chile.
7 – Qual é o maior risco que você já assumiu em seu trabalho?
Quando a empresa me nomeou como a nova enóloga da linha Gravas.
8- Qual você considera que seja a sua marca pessoal como enóloga?
Minha marca pessoal como enóloga é cuidar de todos os detalhes que envolve a elaboração de um vinho. Sem interferir na extraordinária expressão das uvas provenientes do vinhedo, sem alterar suas qualidades. Apenas conduzi a fruta durante todo o processo.
9 – O que significa para você o conceito de pessoa “forte”?
Uma pessoa forte, poderosa, para mim é aquela que segue sua paixão, seu sonho, com humildade, respeito, sabedoria e liderança. Uma pessoa que deixa sua marca em tudo aquilo que faz.
10 – A confiança é importante na hora de realizar seu trabalho?
Com certeza. A autoconfiança é sempre importante no momento de executar um trabalho. Ela é necessária para a tomada de decisões.
11- Quais mulheres fortes você admira? E dentro do mundo do vinho?
Sem dúvida, a minha mãe, Isabel Guilisasti. Vejo nela uma pessoa que dedicou sua vida, com grande paixão, ao mundo do vinho. Sua dedicação e energia me marcaram. Ela também foi uma das mulheres que me permitiu ver claramente que hoje, nesta indústria, não existem barreiras entre homens e mulheres.
12- O que torna os vinhos andinos únicos?
O que torna estes vinhos únicos é a presença da Cordilheira dos Andes nestes terroirs específicos, sua grande influência em termos de clima, solos e vinhedos. Ela permite que sejam lugares únicos para o desenvolvimento da melhor expressão dessas uvas.
13- Qual é seu vinho favorito da linha Gravas e por quê?
Que decisão difícil! Porque adoro os 3 vinhos. Essa resposta depende muito de cada ocasião.
14- Qual é seu vale e vinhedo preferidos? Por quê?
Eu tenho meu vale favorito para o tinto e meu vale favorito para o branco.
Para o tinto, o que mais gosto é o vale do Maipo e meu vinhedo favorito é Puente Alto, por causa dos taninos macios e elegantes que estão presentes nos vinhos desta origem.
E para o branco, o vale é o Bio-Bio, de onde é proveniente o Gravas Sauvignon Blanc, pelo frescor e expressão da fruta característicos do lugar.
15- Que lições e conselhos você daria a uma enóloga que está apenas começando sua carreira?
Meu conselho seria aproveitar cada vindima e ser como uma esponja. Ou seja, absorver o máximo de conhecimento possível, aprender com todos na adega, estar sempre disposta a aprender coisas novas. Este é o momento em que toda a teoria, todo o aprendizado da universidade se torna prático e é muito importante saber canalizá-lo.