Perguntamos a três enólogos da Concha y Toro qual é, na opinião deles, a cepa que melhor se desenvolve no Chile. Vejamos suas respostas e também recomendações de um vinho para comprovar.
Isabel Mitarakis: “O Cabernet Sauvignon do vale do Maipo”
“A cepa que melhor cresce, e que poderíamos dizer que é o carro-chefe do Chile, de todas as formas, é o Cabernet Sauvignon. Um grande expoente desta cepa é o vale do Maipo. Com que seu clima mediterrâneo, apresenta temperaturas mais frescas durante a noite pela influência da cordilheira dos Andes, permitindo uma lenta maturação da uva. No Maipo, existe a combinação perfeita entre o clima e o solo, porque seus solos restritivos ajudam na obtenção de fruta com boa concentração, além de taninos suaves e delicados”.
“Nesse sentido, as características do vale do Maipo são excepcionais para a produção de um grande Cabernet Sauvignon: elegante, suave, de boa qualidade e concentração. Um bom representante em termos de relação preço-qualidade é o Casillero del Diablo Reserva Privada Cabernet Sauvignon, acredito que não exista outro igual. Para harmonizá-lo… precisamos ser livres, que as pessoas se atrevam a saboreá-lo com o que quiserem. Não existem regras. Uma dica: que o vinho não ofusque a comida e vice-versa”.
Marcio Ramírez: “O Carménère de Peumo”
“Para mim, a melhor variedade —e que só se encontra no Chile— é o Carménère. E nós chilenos bebemos Carménère a vida inteira, uma vez que ele foi, por muitos anos, confundido com o Merlot. Na verdade, o que se tomava era Carménère: esse vinho de que gostamos tanto, com muita cor, intenso, muito suave, que se deixa beber e que combina muito bem com as comidas típicas chilenas como o charquicán, as empanadas, o pastel de choclo e as humitas. Não existe melhor escolha de vinho que harmonize tão bem com todos esses pratos”.
“Acredito que Peumo é o lugar que reúne todas as condições para essa variedade: solo profundo, com muita argila, água no fundo. A primavera é bastante precoce, nós já estamos na brotação, e o outono chega muito tarde em maio. Assim, conseguimos obter Carménères com muita identidade, bastante suaves e suculentos. Por isso, penso que é a cepa que me identifica e, se você me pergunta por um vinho, acho que o Gran Reserva Carmenère tem um valor muito atraente e é um vinho de entrada para que as pessoas possam conhecer as características do Carménère de Peumo”.
Héctor Urzúa: “O Cabernet Sauvignon de Cauquenes”
“Eu acredito que a variedade mais importante no Chile e que melhor se desenvolve aqui é o Cabernet Sauvignon. É uma variedade difícil que precisa de um clima adequado, boa oscilação térmica entre o dia e a noite para a maturação e os solos estão intimamente relacionados com sua expressão final. Na Concha y Toro, não temos apenas a expressão do Maipo, também temos Marchigüe e Cauquenes. Esses são os três focos de nossos Cabernet Sauvignon, cada um com muita qualidade e personalidade própria. Isso, para mim, é a confirmação de que é a variedade que melhor se desenvolve”.
“Somos capazes de produzir vinhos dessa variedade em distintos vales e com excelente qualidade. E eu, como bom enólogo do Maule, penso que o Cabernet que melhor exemplifica isso, com uma extraordinária relação custo-benefício e que as pessoas podem comprar, é o Casillero del Diablo Reserva Especial Cabernet Sauvignon (rótulo vermelho), que é 100% proveniente de Cauquenes e cujo frescor, expressão da fruta e suculência não é comum para um Cabernet Sauvignon. É um vinho digno de se destacar e de se resgatar como um terroir importante para o Cabernet Sauvignon dentro do Chile”.