O que podemos esperar desta safra? Fique por dentro dos detalhes da vindima deste ano a partir da experiência de nossos enólogos Marcelo Papa e Marcio Ramírez.
A vindima é a atividade de colheita da uva nos vinhedos para seu posterior processamento e produção de vinho. Isto ocorre uma vez ao ano, no momento em que as uvas atingem o grau de maturação adequado para serem colhidas. Sua data pode variar segundo a região vinícola, a variedade de uva e as condições climáticas.
A colheita é realizada de forma manual pelos trabalhadores, que cortam os cachos de uva com tesouras especiais, ou de forma mecanizada. A fruta colhida é guardada em cestas ou grandes caixas e é, em seguida, transportada até a adega para ser processada. Ali, as uvas separadas do engaço são prensadas para extrair o mosto, que é fermentado para produzir o vinho.
A vindima é a data mais importante no processo de produção do vinho e a qualidade das uvas colhidas é um fator crucial na qualidade do vinho final.
O período de vindima já começou em alguns vales do Chile e os enólogos da Viña Concha y Toro Marcelo Papa e Marcio Ramírez nos contaram os detalhes do processo em alguns de nossos vinhedos, além de suas previsões para a safra 2023.
Vale do Limarí
“Toda a fruta de Quebrada Seca que se utiliza para a elaboração dos vinhos Amelia Chardonnay, Amelia Pinot Noir, Marques de Casa Concha Chardonnay e Marques de Casa Concha Pinot Noir foi colhida entre os dias 10 e 15 de fevereiro. A fermentação das uvas ocorreu no final de fevereiro e os vinhos secos já estão nos barris. Tivemos um atraso de uma semana aproximadamente, em virtude de uma primavera bastante fria. Foi um ano mais atrasado, de excelente pH e teor alcoólico. Foi possível colher a fruta em um momento muito bom e a verdade é que estamos muito felizes. Temos um grande ano em Limarí!”, confirma Marcelo Papa, enólogo e diretor técnico da vinícola.
Vale do Maipo
“No Maipo, lugar de origem da linha Gravas, do Terrunyo Cabernet Sauvignon e de outros grandes vinhos, tivemos uma primavera fria, seguida por um mês de janeiro mais quente e por um período de muito calor em fevereiro e março. É um ano que chega com um pouco de desequilíbrio em quanto à maturação fenólica e aos teores alcoólicos, que estão altos. Acredito que a partir da segunda-feira, 27 de março, vamos iniciar a colheita dos lotes mais importantes, mas se fossemos considerar os graus Brix (que é a medida da concentração total de açúcar no vinho), já deveríamos estar colhendo. Acho que não serão vinhos como os de 2020 (que foi mais extremo), talvez como os da safra 2017. Veremos.”, nos conta Marcelo Papa.
Vale do Cachapoal (Peumo)
“Embora as uvas que dão origem aos vinhos Carmín de Peumo, Terrunyo Carmenère, Gran Reserva Carmenère e Marques de Casa Concha Carmenère ainda não tenham sido colhidas, podemos perceber que é uma safra bastante sadia, uma temporada um pouco mais quente que a do ano passado. Principalmente porque os meses de fevereiro e março apresentaram temperaturas muito elevadas. A parte boa foi que tivemos brisa fresca à tarde e noites frias. Aparentemente, temos uma boa safra, com uma fruta muito saborosa. O mais provável é que a colheita seja antecipada em algumas semanas, mas com boas perspectivas”, garante Marcio Ramírez, enólogo de todos os Carménère da Concha y Toro.
Vale de Casablanca
“Casablanca, de onde é proveniente o Gran Reserva Sauvignon Blanc, está tendo uma temporada muito boa após um verão um pouco complexo devido à escassez de água. Graças às chuvas de inverno, as uvas tiveram boa disponibilidade de água durante a primavera, motivo pelo qual seu crescimento foi ótimo, com bom vigor. Além disso, como de forma geral toda a região costeira tem apresentado temperaturas mais frescas, a colheita ocorrerá mais tarde devido ao aumento dos graus Brix e a uma maturação muito lenta. Isso permite tomar boas decisões e, sendo assim, atingir uma boa qualidade. Um pouco com a mesma tendência do que o Limarí já nos mostrou”, acrescenta Marcelo Papa.