Concha y Toro

Francisca Jara 02/06/2022

Tudo sobre vinho

Um dia na vida do sommelier Massimo Leonori

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Você já se perguntou alguma vez como é a rotina de um sommelier? Quais são suas responsabilidades e tarefas diárias, além de encontrar harmonizações entre comidas e bebidas? Conversamos com o Head Sommelier da Viña Concha y Toro, que nos conta, em primeira pessoa, todos os detalhes e particularidades de seu excitante e imprescindível trabalho. 

“Trabalho fisicamente no Casarão de Pirque. Vou para lá todos os dias, a menos que tenha outra atividade em Santiago. Quase todos os dias temos visitas comerciais e minha função principal é receber esses visitantes, mostrar-lhes nossos vinhos e coordenar todas essas atividades. As visitas podem ser desde clientes a até executivos de venda ou de marketing de nossos escritórios no exterior, compradores estrangeiros, forças de venda de algum distribuidor, treinamentos de novos integrantes ou jornalistas. Todos os anos recebemos os jornalistas mais importantes do mundo.

Junto com os enólogos, já tive a oportunidade de receber James Suckling, Tim Atkin e Patricio Tapia, acompanhando-os nas degustações e é interessante escutar o que pensam de nossos vinhos e receber seu feedback.

Entretanto, eu não faço só isso. Embora meu trabalho seja bastante variado —o que o torna divertido—, pode ser muito exigente às vezes. Sou responsável também por assuntos administrativos e logísticos de todas as atividades que realizamos aqui no casarão. Além disso, preparo toda a harmonização com vinhos para nossos eventos, datas especiais, notas que publicamos em revistas, lançamentos de vinhos, almoços ou jantares com clientes muito importantes. Neste caso, definimos bem todos os detalhes dos almoços e jantares, estudando com antecedência a harmonização e isso é visto em conjunto com os banqueteiros ou com o restaurante onde acontecerá o evento. Junto com algum integrante da equipe de marketing, provamos todas as opções de comida com os vinhos e, em seguida, definimos o cardápio. A quantidade de vinhos a ser degustada dependerá do tipo de cardápio. Em degustações técnicas, posso provar até 50 ou 100 vinhos em um dia. Às vezes, quando estou degustando com enólogos ou clientes, podemos lhes apresentar entre 40 e 50 vinhos em um dia. 

Dos vinhos que recomendo, adoro o Amelia Chardonnay, principalmente com peixes. Pode ser um congro dourado ou uma merluza austral ao forno ou na chapa. Atum e salmão harmonizam muito bem com esse vinho.

Também gosto do Terrunyo Carmenere, que combina bem com uma clássica empanada de pino com seu recheio de carne ou o pastel de choclo —torta à base de milho— das receitas locais. Ou então com um risoto ao funghi e espaguete à carbonara. Outro dos meus vinhos favoritos é o Terrunyo Sauvignon Blanc harmonizado com ostras frescas ou com um ceviche clássico.

Além disso, gosto  dos grandes cabernets da empresa como o Don Melchor ou o Marques de Casa Concha Cabernet Sauvignon. Acredito que os dois vinhos vão bem com carnes gordurosas, churrascos de ponta de contrafilé, cordeiro ou carnes de caça, entrecôte, cortes apetitosos. 

Outras vezes tenho que apresentar nossos vinhos em eventos externos realizados no Chile ou em outros países, como as feiras de vinho. Acabo de voltar da feira ProWein, da qual participo todos os anos. Também estive várias vezes na Vinexpo Bordeaux. Fiz outras viagens aos Estados Unidos em virtude de uma campanha de marketing que protagonizei e aí foram principalmente reuniões com equipes de venda, distribuidores, às vezes de supermercados, outras vezes com jornalistas ou com programas de televisão.

Bom, são viagens de trabalho, viagens curtas e bem organizadas com os distribuidores onde vamos. Fazemos treinamentos e se trabalha nisso.

O que mais gosto, no entanto, é de me envolver no processo enológico. Ir à adega com frequência e ver de perto todas as etapas de vinificação e guarda dos vinhos porque isso me ajuda a compreender melhor nosso produto final. Por isso, fico muito feliz quando um de nossos enólogos me convida para participar de degustações técnicas durante as distintas etapas da elaboração dos vinhos: a vindima, a fermentação, a vinificação até o corte final. Acompanho Enrique Tirado ou Marcelo Papa sempre que posso. Aliás, o escritório do Enrique Tirado está aqui no casarão. Ele está aqui quase todos os dias e degusta vinhos aqui mesmo. E, todas as vezes que sou convidado, degusto vinhos também com Marcelo Papa, que trabalha na adega de Puente Alto. Ultimamente, por exemplo, estive com ele no corte do Amelia 2021 Chardonnay e do Pinot Noir. Com outros dois enólogos, definimos o corte final dos vinhos e é claro que também dou minha opinião. É importante a participação de várias pessoas porque cada uma tem sua visão, seu gosto. Algumas vezes essas opiniões são levadas em consideração, outras não. Marcelo é quem tem a palavra final. É muito interessante de qualquer maneira. Acredito ter contribuído e gosto de participar nesse tipo de atividade.”

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