Concha y Toro

Francisca Jara 25/11/2021

Vinho e harmonização

Pratos chilenos para harmonizar com o Carmenere

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Um dos vinhos ilustres da cultura chilena é o Carménère. Aquela cepa que todos acreditavam extinta quando a praga da filoxera arrasou com os vinhedos franceses, em 1860. Mas que, um século depois, em 1994, foi redescoberta pelo ampelógrafo francês, Jean-Michel Boursiquot, muito longe de seu lugar de origem: no vale do Maipo, no Chile.

Após este acontecimento, o Carménère encontrou um novo lar e o Chile se transformou no maior produtor mundial desta cepa. Graças ao clima cálido e à escassez de chuvas, a cepa é cultivada principalmente nos vales do Maipo, Cachapoal e Colchagua, com a qual são criados deliciosos vinhos de corpo médio, taninos sedosos, aromas e sabores de frutas negras, pimenta e, às vezes, de pimentões vermelhos (dado por seu elevado conteúdo de pirazinas).

Como resultado desta incrível história e dos grandes vinhos que nasceram no Chile após esta descoberta, neste 24 de novembro se comemora o Dia do Carménère. Entretanto, além disso, este ano a Concha y Toro comemora os 20 anos do Terrunyo Carmenere, o primeiro vinho desta variedade rotulado pela vinícola em 1998.

E como será essa comemoração? Nada mais nada menos que com um vinho de edição  limitada, Terrunyo Carmenere Edición Especial 2018. Com denominação de origem Peumo (no vale do Cachapoal), especificamente do histórico quartel número 27, cujo solo é franco-argiloso e de origem aluvial, este vinho foi produzido de forma similar ao original. “A única diferença desta safra para a original de 1998 é que não quisemos usar madeira nova. Neste vinho foi empregada apenas madeira de primeiro e segundo uso, já que nossa ideia era destacar as características e atributos do Carménère de Peumo. Queríamos que mostrasse todas suas especiarias, sua vibração e seu frescor”, explica seu enólogo, Marcio Ramírez.

Embora este vinho não esteja à venda ao público, a Viña Concha y Toro conta com um portfólio de vinhos Carménère de excelência. Começando pelo primeiro vinho ícone elaborado com esta cepa no Chile, o Carmín de Peumo 2017, também temos o Marques de Casa Concha Carmenere 2018 (Peumo), o Gran Reserva Serie Riberas Carmenere 2019 e o Casillero del Diablo Carmenere 2019.

 

Amistoso com a comida e muito versátil graças a seus taninos arredondados, rica acidez e notas de ervas, combina muito bem com uma ampla diversidade de pratos. No entanto, a afinidade desta variedade com a culinária chilena é indiscutível. Estes são alguns pratos tradicionais chilenos que você não pode deixar de provar.

 

  • Costela de porco com purê picante

Popular tanto nas cozinhas do campo como em restaurantes tradicionais, este prato é preparado com apenas dois ingredientes. Por um lado, a costela de porco que se marina em vinho branco, orégano, alho, páprica e merkén (pimenta defumada) para ser, em seguida, lentamente assada no forno (no campo, em forno de barro a lenha) até que a carne se desprenda facilmente dos ossos. Por outro lado, um suave purê de batatas que também leva noz-moscada e molho de pimenta vermelha.

Dessa forma, este prato com notas defumadas e leve ardência e que é, por sinal, um pouco gorduroso devido à carne suína e à manteiga do purê, complementa-se muito bem com o caráter frutado do Carménère. Ademais, seus taninos arredondados e leve acidez limpam e refrescam o paladar, contribuindo com uma pitada de elegância para esta harmonização infalível.

 

  • Empanada de Pino

É consumida durante todo o ano, principalmente nos almoços de domingo. Seu recheio, o pino, consiste em uma mistura de carne bovina moída com cebola, temperada com orégano, cominho, além de uvas-passas, um pedaço de ovo cozido e uma azeitona preta, que entregam todo o sabor a esta massa assada no forno. De resultado crocante e recheio suculento, a empanada se come com a mão e, idealmente, acompanhada de uma taça de vinho tinto. Em função da complexidade de seus sabores, com um toque doce, o Carménère é um excelente aliado.

 

  • Pastel de Choclo

Este é um prato de verão, pois é quando se colhe seu ingrediente principal: uma variedade específica de milho doce, conhecido como pastelero. Consiste em uma base de pino (o mesmo do recheio da empanada) coberta com uma generosa camada do milho ralado e cozido, aromatizada com boa quantidade de manjericão e cebola. Servido em recipientes de barro, antes de levá-lo ao forno, polvilha-se um pouco de açúcar para que chegue à mesa com uma crocante casquinha doce em sua parte superior.

 

  • Porotos Granados

Esta receita sazonal que é, aliás, vegetariana, também aparece no verão graças à colheita do milho e do feijão. Estes dois ingredientes se cozinham em uma espécie de ensopado junto com abóbora, cebola e manjericão. É um prato quente, servido ainda fumegante, e que é, idealmente, acompanhado de uma salada de tomate. Uma herança da cozinha campesina chilena, com um sabor maravilhoso junto a uma taça de Carménère.

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